Brás Cubas, o “defunto autor”, se assume como tendo sido um aristocrata medíocre em vida, mas mesmo assim consegue, através do riso e da sedução, conquistar a empatia do público. Ele pertence a uma elite aventureira, dividida entre o desejo liberal e a prática escravocrata. A montagem traz uma visão moderna do romance baseada na carnavalização, salientando seu aspecto cômico-fantástico.
A encenação realiza uma “conversa” entre quatro artes: o teatro, a literatura, a dança e a música. Em um solo vibrante, Marcos Damigo vive um Brás Cubas bem-humorado, irreverente, egoísta e amoral. Com uma narrativa não linear e fiel à obra original, o personagem dialoga com a plateia, canta, dança, discorre sobre seus envolvimentos amorosos e episódios de sua vida enquanto passeia pelas agruras da sociedade de seu tempo. “A recepção do público sempre foi ótima: uma plateia muito jovem, evidentemente interessada pela obra por causa do vestibular, misturou-se a espectadores maduros, admiradores de Machado de Assis, e foi unânime o impacto causado pelo trabalho de Damigo, ator que está na plenitude do uso de seus recursos vocais e corporais para interpretar o imprevisível Brás Cubas, em cenas ora sérias, ora cômicas, ora fantásticas, ora musicais. Tanto na adaptação quanto na direção, minha concepção brechtiana – com destaque para os aspectos filosóficos da obra – exige do ator experiência, inteligência, despojamento e versatilidade, e Marcos Damigo está impressionante no papel do irônico defunto”, afirma Regina Galdino.
O monólogo traz à tona toda a atualidade deste livro genial de Machado de Assis, oferecendo ao público um olhar agudo sobre a sociedade brasileira do século XIX. A equipe conta com profissionais já conhecidos da cena paulistana: além de Damigo, que tem mais de 30 anos de experiência nos palcos, o diretor musical e arranjador Pedro Paulo Bogossian, que trabalhou as músicas originais da peça criadas por Mário Manga, do antológico Premeditando o Breque, e Fábio Namatame no figurino. Regina Galdino assinou e dirigiu, em 1998, uma montagem desta mesma adaptação, interpretada por Cássio Scapin, quando o espetáculo recebeu vários prêmios e elogios da crítica.
FICHA TÉCNICA:
Direção e adaptação de texto: Regina Galdino.
Elenco: Marcos Damigo.
Música original: Mário Manga.
Direção musical, Arranjos e Trilha sonora: Pedro Paulo Bogossian.
Figurino: Fábio Namatame.
Consultoria de movimento: Roberto Alencar.
Iluminação e cenografia: Regina Galdino.
Execução cenográfica: Luis Rossi.
Fotos: Alex Silva Jr.
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação.
Coreografia: Marcos Damigo.
SERVIÇO:
Temporada: 05 de março a 10 de abril de 2025.
Apresentações: Quartas e Quintas, 20h.
Ingresso*: Setor único - R$ 100,00 (inteira).
Duração: 85 minutos. Classificação etária: 14 anos.
De 05 de março a 10 de abril de 2025.
Quartas e Quintas, às 20h.