A obra Florestas, Primavera (2000) integra uma série de fotografias de florestas intervindas pelo artista. Diferentemente do que acontecia em séries anteriores, como as mencionadas acima, em que os furos praticados na fotografia que constitui a camada superior do trabalho revelam fragmentos de outra imagem, levando a uma fusão das duas, aqui o que se desvenda por debaixo da floresta é um espelho. Elemento simbólico por excelência, o espelho reflete a imagem de quem se olha nele, e nesse sentido é evidente a mensagem ecológica da obra, que convida o espectador a refletir sobre a importância de preservar a natureza, se quiser preservar-se a si mesmo. Além disso, de um ponto de vista formal, os pontos em que o espelho aflora por dertwertebaixo da camada fotográfica tornam-se outras tantas fontes luminosas, mais uma vez colocando a luz no cerne da poética de Albano Afonso.
